sábado, 22 de junho de 2013

Harry Belafonte


Harold George Belafonte, Jr. (Nova Iorque, 1/3/1927) é um músico, cantor, ator, ativista político e pacifista norte-americano de ascendência jamaicana. Um dos mais bem sucedidos artistas de origem caribenha da história, foi apelidado de "Rei do Calypso" por popularizar o ritmo caribenho nos Estados Unidos nos anos 50. Durante sua carreira tem sido um radical ativista político, envolvido em lutas pelos direitos civis e diversas causas humanitárias.
Belafonte nasceu no Harlem, o bairro negro pobre da cidade de Nova Iorque e na infância viveu na Jamaica, país natal de sua mãe. De volta aos Estados Unidos, fez o colegial numa escola pública da cidade e serviu na marinha durante a Segunda Guerra Mundial. No fim dos anos 40, começou a ter aulas de arte dramática junto com Marlon Brando, Tony Curtis e Sidney Poitier, enquanto trabalhava junto ao teatro negro americano. Anos depois, receberia um Prêmio Tony por seu trabalho nos palcos da Broadway.
Belafonte sempre foi reconhecido como um dos grandes ativistas políticos dos Estados Unidos e dos mais radicais. Apesar de famoso nas artes, isto nunca lhe protegeu da discriminação racial, especialmente no sul do país, onde se recusou a se apresentar entre 1954 e 1961. Neste período, como muitos outros, foi colocado na Lista Negra pelo Macartismo, tendo dificuldades para trabalhar.
Grande seguidor do Movimento dos Direitos Civis e um dos confidentes de Martin Luther King Jr., levantou milhares de dólares para libertar sob fiança centenas de manifestantes presos e foi um dos organizadores da famosa Marcha sobre Washington.
Em 1968, ele e sua amiga, a cantora Petula Clark, protagonizaram uma cena pioneira na tv ianque, num programa especial da cantora britânica na rede NBC. Durante a gravação, enquanto cantavam juntos e sorriam um para o outro, Petula, branca, segurou por instantes nos braços e ombros de Harry, levando o patrocinador, a marca de automóveis Plymouth, a querer retirar a cena da edição final, por medo da reação do público. Petula recusou-se ameaçando impedir a transmissão do programa todo, pois ele era de sua propriedade (The Petula Clark Show) e a questão, entre a gravação e a exibição provocou grande discussão na imprensa. Quando o show foi finalmente ao ar, sem cortes, provocando grandes índices de audiência, mostrava pela primeira vez na história duas pessoas de cores diferentes tendo contato físico carinhoso durante uma transmissão de televisão.
Em 1985 foi um dos organizadores do grupo de artistas que gravou a famosa música "We Are the World" que vendeu milhões de cópias em todo mundo e ganhou um Premio Grammy, e se apresentou ao vivo no super concerto Live Aid; em 1987 foi nomeado embaixador da boa vontade da Unicef. Nesta função, foi a Ruanda e África do Sul, levantando fundos de ajuda e denunciando a miséria, exploração e racismo existente em grande escala no continente africano.
Desde o começo da carreira ele tem sido um feroz crítico da política externa ianque e, a partir dos anos 80, começou a dar declarações polêmicas aos meios de comunicação, defendendo o fim do embargo econômico a Cuba, elogiando as iniciativas de paz da ex-União Soviética, condenando a invasão de Granada, honrando a memória do Casal Rosenberg e elogiando Fidel Castro.
Harry Belafonte chamou a atenção por seus comentários políticos contra o governo Bush e a Guerra do Iraque. Sendo um dos primeiros artistas a apoiar publicamente o jornalista e documentarista Michael Moore em sua cruzada cívica contra a eleição de George Bush e a invasão do Iraque, um de seus comentários mais ácidos foi feito durante uma entrevista a uma rádio de San Diego, quando acusou, usando palavras de um de seus mentores ideológicos, Malcom X, os então Secretários de Estado dos Estados Unidos, Colin Powell e Condoleeza Rice, de serem usados como serviçais úteis do governo branco e direitista de George Bush. Rice respondeu, através do programa da jornalista Amy Goodman, Democracy Now, "que não precisava que Harry Belafonte lhe ensinasse o que era ser negra nos Estados Unidos".
"Não importa o que diga o grande tirano e terrorista do mundo, George W. Bush, estamos aqui para lhe dizer que não centenas, nem milhares, mas milhões de pessoas nos Estados Unidos apoiam o seu governo e a sua revolução." Frase dita por Harry Belafonte a Hugo Chávez em 2006, quando uma delegação americana que contava entre outros com o ator Danny Glover, foi à Venezuela, levar seu apoio à iniciativa do líder venezuelano de vender derivados de petróleo, como gasolina e óleos lubrificantes, por preços baixos a várias regiões pobres do interior dos Estados Unidos.
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