terça-feira, 11 de novembro de 2014

Gratidão - fotomanipulação de Fred Maia


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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Coleta Gangsta


Seleção e mixagem de músicas do universo rap hip-hop reggae feitas por Mércia Costa e Fred Maia



Colagem e foto de Mércia Costa

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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Gregório de Matos

Nasce o sol e não dura mais que um dia
Depois da luz se segue a noite escura
Em tristes sombras, morre a formosura
Em contínuas tristezas, a alegria

Porém, se acaba o sol, por que nascia?
Se é tão formosa a luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no sol e na luz falta a firmeza
Na formosura não se dê constância
E na alegria sinta-se a tristeza

Começa o mundo, enfim, pela ignorância
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância

Gregório de Matos

Xilogravura de Gregório de Matos, por Erick Lima.

Gregório de Matos Guerra (Salvador, 23/12/1636 – Recife, 26/11/1696), alcunhado de Boca do Inferno ou Boca de Brasa, foi um advogado e poeta do Brasil colônia. É considerado o maior poeta barroco do Brasil e o mais importante poeta satírico da literatura em língua portuguesa.

Um de seus mais antigos biógrafos foi Manuel Pereira Rabelo. Gregório de Matos nasceu numa família abastada, empreiteiros de obras e funcionários administrativos (seu pai era português, natural de Guimarães). Assim como todos brasileiros de sua época, sua nacionalidade era portuguesa, pois o Brasil só se tornaria independente no século XIX. Todos que nasciam antes da independência eram luso-brasileiros.

Em 1642 estudou em Senador Canedo no Colégio dos Jesuítas, na Bahia. Em 1650 continuou os seus estudos em Lisboa e, em 1652, na Universidade de Coimbra, onde se formou em cânones, em 1661. Em 1663 foi nomeado juiz de fora de Alcácer do Sal, não sem antes atestar que é "puro de sangue", como determinavam as normas jurídicas da época.

Em 27 de janeiro de 1668 representou a Bahia nas Cortes de Lisboa. Em 1672 o Senado da Câmara da Bahia outorgou-lhe o cargo de procurador. A 20 de janeiro de 1674 foi novamente representante da Bahia nas cortes. Foi, contudo, destituído do cargo de procurador.

Em 1679 voltou ao Brasil, nomeado pelo arcebispo Gaspar Barata de Mendonça desembargador da Relação Eclesiástica da Bahia. D. Pedro II, rei de Portugal, nomeou-o em 1682 tesoureiro-mor da Sé, um ano depois de ter tomado ordens menores. Em Portugal já ganhara a reputação de poeta satírico e improvisador.

O novo arcebispo, frei João da Madre de Deus destituiu-o dos seus cargos por não querer usar batina nem aceitar a imposição das ordens maiores, de forma a estar apto para as funções de que o tinham incumbido.

Começou então a satirizar os costumes do povo de todas as classes sociais baianas (a que chamará "canalha infernal") ou aos nobres (apelidados de "caramurus"). Desenvolve uma poesia corrosiva, erótica (quase ou mesmo pornográfica), apesar de também ter andado por caminhos mais líricos e, mesmo, sagrados.

Entre os seus amigos encontraremos, por exemplo, o poeta português Tomás Pinto Brandão.

Em 1685 o promotor eclesiástico da Bahia denunciou os seus costumes livres ao tribunal da inquisição. Acusou-o, por exemplo, de difamar Jesus Cristo e de não mostrar reverência, tirando o barrete da cabeça ao passar uma procissão. A acusação não teve seguimento.

Entretanto, as inimizades cresceram em relação direta com os poemas que foi concebendo. Em 1694, acusado por vários lados (principalmente por parte do governador Antônio Luís Gonçalves da Câmara Coutinho), e correndo o risco de ser assassinado, é deportado para Angola. A condenação tida como mais leve é atribuída ao amigo e protetor D. João de Lencastre, então governador da Bahia. Foi dito que Lencastre mantinha livro público no qual eram copiadas as poesias de Gregório.

Como recompensa por ter ajudado o governo local a combater uma conspiração militar, recebeu a permissão de voltar ao Brasil, ainda que sem permissão de voltar à Bahia. Morreu em Recife, vitimado por uma febre contraída em Angola.

A alcunha boca do inferno foi dada a Gregório por sua ousadia em criticar a Igreja Católica, muitas vezes atacando padres e freiras.

Em 1831, o historiador Francisco Adolfo de Varnhagen publicou 39 dos seus poemas na coletânea Florilégio da Poesia Brasileira (1850 em Lisboa).

Afrânio Peixoto edita a restante obra, de 1923 a 1933, em seis volumes a cargo da Academia Brasileira de Letras, reunidos nos códices existentes na Biblioteca Nacional e na Biblioteca Varnhagem, do Ministério das Relações Exteriores, exceto a parte pornográfica que aparecerá publicada, por fim, em 1968, por James Amado.

A sua obra tinha um cunho bastante satírico e moderno para a época, além de chocar pelo teor erótico de alguns de seus versos.

Entre seus grandes poemas está o "A cada canto um grande conselheiro", no qual critica os governantes da "cidade da Bahia" de sua época. Esta crítica é, no entanto, atemporal e universal - os "grandes conselheiros" não são mais que os indivíduos (políticos ou não) que "nos querem governar cabana e vinha, não sabem governar sua cozinha, mas podem governar o mundo inteiro". A figura do "grande conselheiro" é a figura do hipócrita que aponta os pecados dos outros, sem olhar os seus. Em resumo, é aquele que aconselha mas não segue os seus preceitos.

Segundo Valentin (2013), as primeiras representações da homossexualidade na literatura brasileira das quais se tem conhecimento estão em alguns poemas satíricos de Gregório de Matos.


quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Haroldo de Campos

Pós-tudo, de 1984

Haroldo Eurico Browne de Campos (São Paulo, 19/8/1929 — São Paulo, 16/8/2003) foi um poeta e tradutor brasileiro. Haroldo fez seus estudos secundários no Colégio São Bento, onde aprendeu os primeiros idiomas estrangeiros, como latim, inglês, espanhol e francês. Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no final da década de 1940, lançando seu primeiro livro em 1949, O Auto do Possesso quando, ao lado de Décio Pignatari, participava do Clube de Poesia.

Em 1952, Décio, Haroldo e seu irmão Augusto de Campos, rompem com o Clube por divergirem quanto ao conservadorismo predominante entre os poetas, conhecidos como "Geração de 45". Fundam, então, o grupo Noigandres, passando a publicar poemas na revista homônima criada pelo grupo. Nos anos seguintes defendeu as teses que levariam os três a inaugurar em 1956 o Movimento Concretista, ao qual manteve-se fiel até o ano de 1963, quando inaugura um trajeto particular, centrando-se suas atenções no projeto do livro-poema "Galáxias".

Haroldo doutorou-se pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, sob orientação de Antonio Candido, tendo sido professor da PUC-SP, bem como na Universidade do Texas, em Austin.

Dirigiu até o final de sua vida a coleção Signos da Editora Perspectiva. "Transcriou" em português poemas de autores como Homero, Dante, Mallarmé, Goethe, Maiakovski, além de textos bíblicos, como o Gênesis e o Eclesiastes. Publicou, ainda, numerosos ensaios de teoria literária, entre eles A Arte no Horizonte do Provável (1969).

Faleceu em São Paulo, tendo publicado, pouco antes, sua transcriação em português da Ilíada, de Homero.



sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Fred Maia - Enialho



Poema audiovisual de Fred Maia (baseado na manipulação de fotos de família e de capas de discos variados). Trilha: Enialho Tune, de Fred Maia.

sábado, 6 de setembro de 2014

2Pac - Dear Mama





Tupac Amaru Shakur (Nova Iorque, 16 de junho de 1971 - Las Vegas, 13 de setembro de 1996), mais conhecido pelos seus nomes artísticos 2Pac, Makaveli ou apenas Pac, foi um rapper estadunidense. Críticos e membros da indústria fonográfica o nomeiam como o maior rapper de todos os tempos. Em 2010 já havia vendido pelo menos 75 milhões de cópias pelo mundo. Além de ser músico, Tupac também foi ator e ativista social. A maioria das suas canções trata sobre como crescer no meio da violência e da miséria nos guetos, o racismo, os problemas da sociedade e os conflitos com os outros rappers. O trabalho de Shakur é conhecido por defender a igualdade política, econômica, social e racial. Antes de entrar para a carreira artística, ele era um roadie e dançarino de hip hop alternativo. Começou a fazer sucesso quando entrou para o grupo Digital Underground.

Shakur tornou-se alvo de diversas ações judiciais e sofreu outros problemas legais. No início de sua carreira, ele foi atingido por cinco tiros e assaltado no corredor de um estúdio de gravação em Nova Iorque. Após o incidente, Tupac começou a suspeitar que outras figuras da indústria do rap ficaram sabendo do que aconteceria e não o avisaram, o que desencadeou a rivalidade entre as costas leste e oeste. Mais tarde, Shakur acabou sendo condenado por abuso sexual e ficou preso durante onze meses, tendo sido liberado da prisão em um recurso financiado por Suge Knight, diretor executivo da Death Row Records. Em troca da ajuda de Suge, Tupac teve de gravar três álbuns sob o selo Death Row.

Na noite de 7 de setembro de 1996, Tupac, dentro do carro de Suge, foi atingido por quatro tiros em um tiroteio, na cidade de Las Vegas. Ele faleceu seis dias depois, vítima de insuficiência respiratória e parada cardíaca, na Universidade Médica de Nevada. Após sua morte, o jornal americano The New York Times o citou como "o maior rapper de todos os tempos".

Tupac Amaru Shakur nasceu na seção East Harlem de Manhattan em Nova Iorque. Sua mãe, Afeni Shakur, e seu pai, Billy Garland, eram membros ativos dos Panteras Negras em Nova Iorque no final dos anos 1960 e 1970; ele nasceu apenas um mês após a absolvição de sua mãe em mais de 150 processos de "conspiração contra o governo dos Estados Unidos.

Apesar de não ser confirmado pela família de Shakur, muitas fontes (inclusive o relatório do médico legista) mostram seu nome de nascimento como "Lesane Parish Crooks". Este nome teria supostamente entrado em sua certidão de nascimento porque Afeni temia que seus inimigos pudessem atacar seu filho e disfarçou sua verdadeira identidade usando um sobrenome diferente. Ela mudou isso depois de se separar de Garland e se casar com Mutulu Shakur.

Sofrimento e encarceramento rodeavam Shakur desde criança. Seu padrinho, Geronimo Pratt, um membro importante dos Panteras Negras, foi condenado pelo assassinato de uma professora durante um assalto em 1968, apesar da sentença ter sido revogada mais tarde. Seu padrasto, Mutulu, passou quatro anos na lista dos dez mais procurados do FBI, começando em 1982. Mutulu era em parte procurado por ajudar sua irmã Assata Shakur (também conhecida como Joanne Chesimard) a escapar de uma penitenciária em New Jersey, onde estava presa por matar um policial em 1973. Mutulu foi pego em 1986 e preso pelo assalto de um caminhão blindado, onde dois policiais e um guarda foram mortos. Shakur tinha uma meia-irmã, Sekyiwa, dois anos mais nova do que ele, e um meio-irmão mais velho, Mopreme "Komani" Shakur, que se tornou rapper e apareceu em muitas de suas gravações de Pac.




sábado, 16 de agosto de 2014

Rest in Peace, Robin Williams!


Good Morning, Vietnam is a 1987 American war-comedy film written by Mitch Markowitz and directed by Barry Levinson.

Set in Saigon in 1965, during the Vietnam War, the film stars Robin Williams as a radio DJ on Armed Forces Radio Service, who proves hugely popular with the troops, but infuriates his superiors with what they call his "irreverent tendency". The story is loosely based on the experiences of AFRS radio DJ Adrian Cronauer.

Most of Williams' radio broadcasts were improvised. Williams was nominated for an Academy Award for Best Actor in a Leading Role. The film is number 100 on "AFI's 100 Years…100 Laughs".

In 1965, Airman Second Class Adrian Cronauer (Williams) arrives in Saigon from Crete to work as a DJ for Armed Forces Radio Service. Cronauer is greeted by Private First Class Edward Montesquieu Garlick (Whitaker). Cronauer's irreverence contrasts sharply with many staff members and soon rouses the ire of two of his superiors, Second Lieutenant Steven Hauk (Kirby) and Sergeant Major Phillip Dickerson (Walsh). Hauk adheres to strict Army guidelines in terms of humor and music programming, while Dickerson is annoyed by Cronauer's behavior in general. However, Brigadier General Taylor (Willingham) and the other DJs quickly grow to like the new man and his brand of comedy. Cronauer's show consists of unpredictable humor segments mixed with news updates (vetted by the station censors) and rock and roll records that are frowned upon by his superiors.

Cronauer meets Trinh (Sukapatana), a Vietnamese girl, and follows her to an English class. Bribing the teacher to let him take over the job, Cronauer starts instructing the students in the use of American slang. Once class is dismissed, he tries to talk to Trinh but is stopped by her brother Tuan. Instead, Cronauer befriends Tuan and takes him to Jimmy Wah's, the local GI bar, to have drinks with Garlick and the station staff. At a later date, two other soldiers, angered at Tuan's presence, initiate a confrontation that escalates into a brawl.

Dickerson reprimands Cronauer for this incident, but his broadcasts continue as before. While relaxing in Jimmy Wah's one afternoon, he is pulled outside by Tuan moments before the building explodes, killing two soldiers and leaving Cronauer badly shaken. The cause of the explosion is determined to be a bomb; the news is censored, but Cronauer locks himself in the studio and reports it anyway. Dickerson cuts off the broadcast and Cronauer is suspended. Hauk takes over his shows, but his poor attempts at comedy and insistence on playing polka music lead to a flood of letters and phone calls from servicemen who demand that Cronauer be put back on the air.

In the meantime, Cronauer spends his time drinking and pursuing Trinh, only to be rebuffed at every attempt. At the radio station, Taylor intervenes on Cronauer's behalf, ordering Hauk to reinstate him, but Cronauer refuses to go back to work. Garlick's and Cronauer's vehicle becomes stopped in a congested street amidst a convoy of soldiers from the 1st Infantry Division, who persuade him to do an impromptu "broadcast" for them before they go off to Nha Trang to fight. This incident reminds him why his job is important, and he soon returns to the air.

Dickerson devises a ploy to get rid of Cronauer by sending him and Garlick to interview soldiers in the field, knowing that the only road into the area, a highway to An Lộc, is controlled by the Viet Cong. Their Jeep is blown off the road by a mine and they are forced to hide in the jungle from the VC patrols. In Saigon, Tuan, who learns of their trip after Cronauer fails to show up for English class, steals a van and drives off after them. He finds them, but the van breaks down and they must flag down a Marine helicopter to take them back to the city.

At the station, Dickerson confronts Cronauer, declaring he is now off the air for good. His friend Tuan is revealed as a VC operative who was responsible for the bombing of Jimmy Wah's. Dickerson has arranged for an honorable discharge, provided Cronauer leaves "quietly." General Taylor arrives and informs Cronauer that, regrettably, he cannot help him since his friendship with Tuan would place the reputation of the US Army at risk. After Taylor leaves, Cronauer asks Dickerson why he engineered his dismissal. Dickerson openly admits his personal dislike for Cronauer, his sense of humor, and his style of broadcasting. After Cronauer leaves, Taylor (who apparently overheard the confrontation), casually informs an astonished Dickerson that he is being transferred to Guam, presumably as a punishment for his vendetta against Cronauer.

The next day, on his way to the airport (with Garlick, and under MP escort), Cronauer sets up a quick softball game with the students from his English class. As he boards the plane, he gives Garlick a taped farewell message; Garlick – taking Cronauer's place as DJ – plays the tape on the air the next morning. It begins with a yell of "Gooooooooooooooooodbye, Vietnam!" and runs through a few of Cronauer's impressions before ending with his wish that everyone will get home safely.


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Jorge Amado


 


Jorge Leal Amado de Faria (Itabuna, 10-8-1912 — Salvador, 6-8-2001) foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos. Integrou os quadros da intelectualidade comunista brasileira desde o final da primeira metade do século XX - ideologia presente em várias obras, como a retratação dos moradores do trapiche baiano em Capitães da Areia, de 1937.

Jorge é o autor mais adaptado do cinema, do teatro e da televisão. Verdadeiros sucessos como Dona Flor e Seus Dois Maridos, Tenda dos Milagres, Tieta do Agreste, Gabriela, Cravo e Canela e Teresa Batista Cansada de Guerra foram suas criações. A obra literária de Jorge Amado – 49 livros, ao todo – também já foi tema de escolas de samba por todo o país. Seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas bem como em braille e em fitas gravadas para cegos.

Em 1994, a sua obra foi reconhecida com o Prêmio Camões.

Foi para o Rio de Janeiro para estudar na Faculdade de Direito da então Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Durante a década de 1930, a faculdade era um polo de discussões políticas e de arte, tendo ali travado seus primeiros contatos com o movimento comunista. Tornou-se jornalista e envolveu-se com o comunismo, como muitos de sua geração. Em 1945 foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), o que lhe rendeu fortes pressões políticas.

Como deputado, foi o autor da emenda que garantiu a liberdade religiosa devido a ter visto o sofrimento dos que seguiam cultos africanos serem saqueados por fanáticos com uma cruz à frente – buscou assinaturas até conseguir a aprovação da sua emenda e, desde então, a liberdade religiosa tornou-se lei.


A sua obra é uma das mais significativas da moderna ficção brasileira, sendo voltada essencialmente às raízes nacionais. São temas constantes nela os problemas e injustiças sociais, o folclore, a política, as crenças, as tradições e a sensualidade do povo brasileiro.

Foi casado com a também escritora Zélia Gattai, que o sucedeu em 2002 na cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras.

Viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941 a 1942), em Paris (1948 a 1950) e em Praga (1951 a 1952). Como um escritor profissional, viveu quase que exclusivamente dos direitos autorais de seus livros.

Mesmo dizendo-se materialista, Amado era um praticante da Umbanda e do Candomblé – religião esta última na qual exercia o posto de honra de Obá de Xangô no Axé Opô Afonjá, do qual muito se orgulhava. Amigos que Amado prezava no Candomblé eram as mães-de-santo Mãe Aninha, Mãe Senhora, Mãe Menininha do Gantois, Mãe Stella de Oxóssi, Olga de Alaketu, Mãe Mirinha do Portão, Mãe Cleusa Millet, Mãe Carmen e o pai-de-santo Luís da Muriçoca.


quarta-feira, 23 de julho de 2014

Fred Maia - Conto III

Onírico, sonho: incerta praia luzia Luzia sobre altas nuvens. Ondas quebradas onde cabelos esvoaçavam ao vento e lentes sujavam imundas também ao vento. Olhares areia olhavam insetos insensatos pernilongando sangue doce. As paredes estalavam o silêncio da mente. A cama poesia a boca. O que pretendia? Este separar aquilo disto, quem imprime isto ou aquilo? Destacar, percebendo restar no ar, do lado de cá, nada tudo algo? Permanecem transbordados nas palavras. Ao fim dos tempos, mesmo após eles, atrelada a barbárie à alma coletiva, grupos bombardeiros tentam o entendimento aleatório. Ações desconectas moldam incautos movimentos invisíveis, palavras sábias tidas como vãs e palavras de ordem proferidas por bocas torpes chocam-se aéreas, dados reais contra a fugacidade do bom senso. No momento do raciocínio perdi o tom, a voz ecoou desesperançada em consonância com a insanidade altissonante dos estultos. O que é do silêncio que se fecha em concha? Válido universo ao recluso? Obnubilam-se os valores, vai-se a dualidade, dobra o poder do Uno. Quente basta-me a noite. O trepidar da capa do cepeú, amor meu dormindo no azul, o latido do cão ao longe, o drama sentido da aranha no subindo na parede. Mandando ver nas teclas surradas do meu três oito meia. Quanta bobagem, quanta! Até sentir chegar eterna a manhã eivada de sonho.


                                                         foto e colagem de Mércia Costa

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sábado, 19 de julho de 2014

Coleta Fashion



Seleção e mixagem de músicas do universo rock pop funk soul reggae feitas por Mércia Costa e Fred Maia.

Colagem e foto de Mércia Costa

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quinta-feira, 3 de julho de 2014

Cruz e Sousa

CÁRCERE DAS ALMAS - Cruz e Sousa

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
soluçando nas trevas, entre as grades
do calabouço olhando imensidades,
mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza
quando a alma entre grilhões as liberdades
sonha e sonhando, as imortalidades
rasga no etéreo Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas
nas prisões colossais e abandonadas,
da Dor no calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!






Filho dos escravos alforriados Guilherme da Cruz, mestre pedreiro, e Carolina Eva da Conceição, João da Cruz desde pequeno recebeu a tutela e uma educação refinada de seu ex senhor, o marechal Guilherme Xavier de Sousa - de quem adotou o nome de família, Sousa. A esposa de Guilherme Xavier de Sousa, Dona Clarinda Fagundes Xavier de Sousa, não tinha filhos, e passou a proteger e cuidar da educação de João. Aprendeu francês, latim e grego, além de ter sido discípulo do alemão Fritz Müller, com quem aprendeu Matemática e Ciências Naturais.

Em 1881, dirigiu o jornal Tribuna Popular, no qual combateu a escravidão e o preconceito racial. Em 1883, foi recusado como promotor de Laguna por ser negro.1 Em 1885 lançou o primeiro livro, Tropos e Fantasias em parceria com Virgílio Várzea. Cinco anos depois foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como arquivista na Estrada de Ferro Central do Brasil, colaborando também com o jornal Folha Popular. Em fevereiro de 1893, publica Missal (prosa poética baudelairiana) e em agosto, Broquéis (poesia), dando início ao Simbolismo no Brasil que se estende até 1922. Em novembro desse mesmo ano casou-se com Gavita Gonçalves, também negra, com quem teve quatro filhos, todos mortos prematuramente por tuberculose, levando-a à loucura.

Morreu a 19 de março de 1898 em Minas Gerais, na localidade de Curral Novo, então pertencente ao município de Barbacena. Em 1948 a localidade se emancipa e passa a se chamar Antônio Carlos. Cruz e Sousa estava em Curral Novo pois fora transportado às pressas vencido pela tuberculose. Teve o seu corpo transportado para o Rio de Janeiro em um vagão destinado ao transporte de cavalos. Ao chegar, foi sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier por seus amigos, dentre eles José do Patrocínio, onde permaneceu até 2007, quando seus restos mortais foram então acolhidos no Museu Histórico de Santa Catarina - Palácio Cruz e Sousa, no centro de Florianópolis.

Seus poemas são marcados pela musicalidade (uso constante de aliterações), pelo individualismo, pelo sensualismo, às vezes pelo desespero, às vezes pelo apaziguamento, além de uma obsessão pela cor branca. É certo que encontram-se inúmeras referências à cor branca, assim como à transparência, à translucidez, à nebulosidade e aos brilhos, e a muitas outras cores, todas sempre presentes em seus versos.

No aspecto de influências do simbolismo, nota-se uma amálgama que conflui águas do satanismo de Baudelaire ao espiritualismo (e dentro desse, ideias budistas e espíritas) ligados tanto a tendências estéticas vigentes como às fases da vida do autor.

Embora quase metade da população brasileira seja não branca, poucos foram os escritores negros, mulatos ou indígenas. Cruz e Sousa, por exemplo, é acusado de ter-se omitido quanto a questões referentes à condição negra. Mesmo tendo sido filho de escravos e recebido a alcunha de "Cisne Negro", o poeta João da Cruz e Sousa não conseguiu escapar das acusações de indiferença pela causa abolicionista. A acusação, porém, não procede, pois, apesar de a poesia social não fazer parte do projeto poético do Simbolismo nem de seu projeto particular, o autor, em alguns poemas, retratou metaforicamente a condição do escravo. Cruz e Sousa militou, sim, contra a escravidão. Tanto da forma mais corriqueira, fundando jornais e proferindo palestras por exemplo, participando, curiosamente, da campanha anti-escravagista promovida pela sociedade carnavalesca Diabo a Quatro, quanto nos seus textos abolicionistas, demonstrando desgosto com a condução do movimento pela família imperial.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Goethe - Chorus Mysticus



CHORUS MYSTICUS





Alles Vergängliche

Ist nur ein Gleichnis;

Das Unzulängliche,

Hier wird's Ereignis;

Das Unbeschreibliche,

Hier ist's getan;

Das Ewig-Weibliche

Zieht uns hinan.



Coro Místico - tradução de Mércia Costa



Tudo que é efêmero

É apenas uma alegoria;

O insatisfatório,

Aqui é o que ocorre;

O indescritível,

Aqui é fato;

A essência feminina

Nos atrai.




 

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Coleta Hinos Rasta

Seleção e mixagem de músicas do universo reggae-roots feitas por Mércia Costa e Fred Maia.


Foto e colagem de Mércia Costa

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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Fred Maia - Conto II

E por aí ia seguindo aquela frenesia verbológica sem fim como que saída dumas dunas claras em cortes anais, sérvias, croatas, colocadas as cloacas miradas ao sol, surgentes as luas, as fontes fidedignas ou não, sarcásticos os algozes, os demiurgos brilhantes, querentes os quistos holográficos todavia inócuos. Sob a arte havia rupta pintoba, diábolo enfermo realismando elimínimos gostos de meninos ativos. Omar sem sal. Calma, isso é só o começo. O dejavi: sinto que venta, a porta abre fecha, a mala fora do lugar faz pensar que podia empurrá-la ou cerrar a janela. Não botar letra maiúscula jamais, não. Só não quero e mudo de assunto. De versão. Só pisar na calada vendo os outros sendo às vezes sim às vezes não: legal. A meninada brincando às bikes em corridas coadas e o menor ficando pra trás, sempre, o esforço estampa do rosto. Já é passado mas agora não. Estou vendo. Nem notei se saíram pra podermos fumar um em paz. Volta a flanar o disco de três letras enquanto ama a música que vai e acaba. Tédio sem a terrinha mágica absorvida na manhã fria, desbotado teatro d’acord em Baco e preto: esquecera da terceira gaveta. Ponteei os imóveis relógios, cacas caras de tarde da noite, cocos gostos de insônia da Sônia, olê leites da veia das veias. Amam mortes morridas em sonho, façam fartas faturas de cânhamo fundidas ao banho. Gente estou cada em barris de carvalho: apodrece. Luto o ludo há dias de logo, um jogo sempre sem músculos, mesmo saudáveis saudosos em situações combinadas, construídas sobre confusões sobre rabiscos sonoros, artificiais, rabiscos. Canso e causo um conto de mentiramente real. Moral: amor ao.




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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Coleta África Brasil



Seleção de músicas do universo afro-brasileiro feita por Mércia Costa e Fred Maia.

Faixas:

01João Carolino - Ponto de criança
02Pierre Verger e Gilbert Rouget - Acclamation des femmes
03Geraldo Filme, Clementina e Tia Doca - Canto I
04Martinho da Vila - Festa de Umbanda
05Tia Doca - Canto VII
06Tenda da Umbanda - Baiano que vem da Bahia
07Dona Ivone Lara - Axé de Ianga
08Clementina de Jesus e Clara Nunes - Embala eu
09Tia Doca - Canto IV
10Martinho da Vila - Som africano
11Clara Nunes - A deusa dos Orixás
12Maria Bethania - Awo Iansã
13Tia Doca - Canto X
14Geraldo Filme - Canto III
15Clementina de Jesus - Canto VIII
16Clara Nunes - Puxada da rede do xaréu - 1ª Parte
17Martinho da Vila - Congada de Minas Gerais