quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Jorge Amado


 


Jorge Leal Amado de Faria (Itabuna, 10-8-1912 — Salvador, 6-8-2001) foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos. Integrou os quadros da intelectualidade comunista brasileira desde o final da primeira metade do século XX - ideologia presente em várias obras, como a retratação dos moradores do trapiche baiano em Capitães da Areia, de 1937.

Jorge é o autor mais adaptado do cinema, do teatro e da televisão. Verdadeiros sucessos como Dona Flor e Seus Dois Maridos, Tenda dos Milagres, Tieta do Agreste, Gabriela, Cravo e Canela e Teresa Batista Cansada de Guerra foram suas criações. A obra literária de Jorge Amado – 49 livros, ao todo – também já foi tema de escolas de samba por todo o país. Seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas bem como em braille e em fitas gravadas para cegos.

Em 1994, a sua obra foi reconhecida com o Prêmio Camões.

Foi para o Rio de Janeiro para estudar na Faculdade de Direito da então Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Durante a década de 1930, a faculdade era um polo de discussões políticas e de arte, tendo ali travado seus primeiros contatos com o movimento comunista. Tornou-se jornalista e envolveu-se com o comunismo, como muitos de sua geração. Em 1945 foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), o que lhe rendeu fortes pressões políticas.

Como deputado, foi o autor da emenda que garantiu a liberdade religiosa devido a ter visto o sofrimento dos que seguiam cultos africanos serem saqueados por fanáticos com uma cruz à frente – buscou assinaturas até conseguir a aprovação da sua emenda e, desde então, a liberdade religiosa tornou-se lei.


A sua obra é uma das mais significativas da moderna ficção brasileira, sendo voltada essencialmente às raízes nacionais. São temas constantes nela os problemas e injustiças sociais, o folclore, a política, as crenças, as tradições e a sensualidade do povo brasileiro.

Foi casado com a também escritora Zélia Gattai, que o sucedeu em 2002 na cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras.

Viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941 a 1942), em Paris (1948 a 1950) e em Praga (1951 a 1952). Como um escritor profissional, viveu quase que exclusivamente dos direitos autorais de seus livros.

Mesmo dizendo-se materialista, Amado era um praticante da Umbanda e do Candomblé – religião esta última na qual exercia o posto de honra de Obá de Xangô no Axé Opô Afonjá, do qual muito se orgulhava. Amigos que Amado prezava no Candomblé eram as mães-de-santo Mãe Aninha, Mãe Senhora, Mãe Menininha do Gantois, Mãe Stella de Oxóssi, Olga de Alaketu, Mãe Mirinha do Portão, Mãe Cleusa Millet, Mãe Carmen e o pai-de-santo Luís da Muriçoca.


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