quarta-feira, 24 de agosto de 2011

1° Sarau MPB, Rock e Filosofia

Conhecendo nossas raízes - Fred Maia

Quando minha amiga Claydes me convidou para colaborar com a ONG Consciência Jovem, que ela própria havia fundado com ajuda de Fernando, Cristina e o pessoal de Barra Feliz, fiquei animado com a possibilidade de transmitir um pouco do meu interesse e de minha visão da música. Explicou-me que queriam unir o grupo de teatro ao grupo de músicos e, pensava ela, eu poderia dar algum suporte aos meninos que começavam a formar a banda de apoio do grupo Gacrux de teatro, ligado à ONG.

Desde os primeiros anos do ensino fundamental gosto de teatro, minha família sempre foi ligada a ele, meus pais por muitos anos fizeram teatro amador, ou seja, esse amor me foi transmitido por osmose, digamos assim. Seria unir o útil ao agradável tentar colaborar com os jovens, pois lido com música há décadas, mas do teatro andei muito tempo afastado. Tive o prazer de perceber que Fernando e Claydes já vinham fazendo um ótimo trabalho com o grupo Gacrux, coisa de gente séria e interessada em desenvolver projetos de qualidade na educação de nossos jovens, preparando-os para sua inserção na sociedade como verdadeiros cidadãos, conscientes de seus direitos e deveres.

Minha primeira ideia foi a de explorar a diversidade de influências musicais que nós, brasileiros em geral e mineiros em particular, temos e que, infelizmente, não é valorizada pelos canais massivos de televisão e rádio. A meu ver, trata-se de uma negação de nossas próprias raízes, um historiador ou um sociólogo poderia explicar melhor do que eu as causas de tão lamentável fato. Como e por que padecemos ainda de tal amnésia, pergunto-me. Certo é que se as próximas gerações explorarem a riqueza de manifestações que temos, não apenas musicais, mas da cultura em geral, formaremos cidadãos mais conscientes e orgulhosos de suas raízes. Eu diria que essa riqueza vale tanto quanto o minério que nos é tirado sem cessar a preço tão irrisório, a custa da exploração de nossa gente. Quem sabe um dia se possa valorizar tanto a cultura quanto as riquezas minerais desse nosso país tão rico e desejoso de justiça.

Pretendo apresentar aqui um pouco das ideias que tenho tentado desenvolver junto aos jovens, sobre ritmos, estilos musicais e músicos pouco conhecidos da maioria, que fazem nossa cultura ser tão rica quanto pouco conhecida por seus próprios filhos. Espero que possa contribuir ao menos um pouquinho para reverter esse quadro que se nos apresenta.

Agradeço à Claydes pela confiança em mim depositada, à Rejane pela indicação de meu nome para fazer parte do Sarau, à Mey-Lin pelo convite para ocupar esse espaço tão significativo e importante para nossa comunidade e, principalmente, à Mércia, minha esposa, que durante todos os anos em que esteve ao meu lado não deixou de confiar em meu potencial.

Axé a todos!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Teógnis de Mégara - tradução de Fred Maia II

*

Cirno, com minha habilidade hei de colocar um selo sobre

estes versos, para que jamais isso seja ignorado, se roubados,

e alguém não altere para pior o que de bom está presente.

Assim qualquer um dirá: “são versos de Teógnis

de Mégara; famoso segundo todos os homens”.

De modo algum posso agradar a todos os cidadãos.

Nada admirável, filho de Polípao; pois nem Zeus

agrada a todos chovendo ou fazendo estiar.

*