Fantasma. Nosso primeiro filho.
Adquirimos quando casamos.
A conselho do Sô Maia.
Não que ele tenha pensado num fusca.
Mas ele também ficou feliz.
Como nós. Não o batizamos.
Já veio com nome. E sobrenome.
Tinha história, a qual continuou
conosco. Por mais de duas décadas.
Nunca nos decepcionou.
Se algum problema acontecia,
nesses caminhos da vida,
sempre aparecia um fã,
que dava jeito.
Quem não se apaixonava por você?
Tinha que ter coração de pedra.
Também senti meu coração endurecer,
quando você perdeu sua vaga
na garagem pro carro novo.
Ao relento você sofreu bastante.
Até te atropelaram, sem prestar socorro.
Mas você seguiu firme e forte.
E chegou até Brasília.
Aí você não conseguiu mais
se defender da maldade.
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